sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Morando Sozinha Sete Dias

Talvez eu não entenda, mas morar sozinho ou passar sete dias sem dividir um espaço de intimidade com alguém pode servir como pretexto para escrever a primeira vez aqui. A vida em casa sozinha não é difícil. Preparar comida congelada. Queimar comida congelada. Abrir uma lata de leite moça só pra satisfazer um desejo primitivo de suprir algo que ainda não descobri, finjo desconhecer. A rotina se torna sem sentido quando não se tem para quem preparar uma refeição. Quando não se tem com quem dividir a cama, o sofá, o banheiro. É igualmente difícil viver com pessoas e seus defeitos habituais, pessoas que se repetem da mesma maneira. Mas se não existe graça em preparar um prato que só eu vou julgar ou forrar uma cama em que só eu vou dormir e vê-la desarrumada, o que mais devo querer quando sinto a obrigação do retorno à minha vida compartilhada? Acho que tenho que me satisfazer com ambas situações pra conseguir viver um pouco da felicidade que existe em mim e no outro (que também é parte de mim). Não chorarei bobagens. Pior que estar sozinha durante sete longos dias na minha própria rotina é vê-la tão ausente de si própria.

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