Você tá ficando velha quando se reúne com os amigos para ler o horóscopo.
Numa sexta-feira.
De noite.
Comendo penne e revesando o login do personare
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
quarta-feira, 31 de outubro de 2012
Coisas que não são para crianças
Tem um monte de filme, livro, música e desenho de TV que aparentam ser pra crianças, mas que na verdade não são. Helio Ziskind é o compositor das músicas do Castelo Rá-tim-bum, Cocoricó, Glub-glub, X-tudo, e de mais outros programas infantis da TV Cultura.
Meu pai me deu os cds do Castelo e o "Meu pé querido pé", que é o disco com as músicas que ele fez pros programas do canal, inclusive as do "Passarinho, que som é esse?", com todos os instrumentos (não acaba nunca). Toda vez que chegava na música número 13 (misteriosamente o número treze), eu passava pra próxima.
Já faz uns dois anos que descobri que tinha um trauma da música "Lá vem história: Plutão", a número 13, porque ela era a música mais triste que já escutei em toda a minha vida. Dá vontade de chorar só de lembrar. Fiquei triste, porém feliz, por ter achado ela no youtube.
Hoje eu me pergunto qual a tristeza da vida de uma pessoa pra musicar esse poema de Olavo Bilac:
"Lá vem o quê?
Lá vem a história..."
"Negro, com os olhos em brasa,
Bom, fiel e brincalhão,
Era a alegria da casa
o corajoso Plutão.
Fortíssimo, ágil no salto,
Era o terror dos caminhos,
E duas vezes mais alto
Do que o seu dono Carlinhos.
Jamais à casa chegara
Nem a sombra de um ladrão;
Pois fazia medo a cara
Do destemido plutão
Dormia durante o dia,
Mas, quando a noite chegava,
Junto à porta se estendia,
Montando guarda ficava.
Porém Carlinhos, rolando
Com ele às tontas no chão,
Nunca saía chorando,
Mordido pelo plutão...
Plutão velava-lhe o sono,
Seguia-o quando acordado:
O seu pequenino dono
Era todo o seu cuidado.
Um dia caiu doente
Carlinhos.. junto ao colchão
Vivia constantemente
Triste e abatido, o plutão.
Vieram muitos doutores,
Em vão. Toda a casa aflita,
Era uma casa maldita,
Era uma casa de dores.
Morreu Carlinhos... À um canto;
Gania e ladrava o cão;
E tinha os olhos em pranto,
Como um homem, o Plutão.
Depois, seguiu o menino,
Seguiu-o calado e sério;
Quis ter o mesmo destino;
Não saiu do cemitério.
Foram um dia à procura
Dele. E, esticado no chão,
Junto de uma sepultura,
Acharam morto o Plutão."
Dá uma angústia da morte de Plutão e de Carlinhos. Sou triste até hoje por ter conhecido a história de Plutão tão jovem.
Para sofrer junto:
Sintam-se à vontade para continuar esse post.
Meu pai me deu os cds do Castelo e o "Meu pé querido pé", que é o disco com as músicas que ele fez pros programas do canal, inclusive as do "Passarinho, que som é esse?", com todos os instrumentos (não acaba nunca). Toda vez que chegava na música número 13 (misteriosamente o número treze), eu passava pra próxima.
Já faz uns dois anos que descobri que tinha um trauma da música "Lá vem história: Plutão", a número 13, porque ela era a música mais triste que já escutei em toda a minha vida. Dá vontade de chorar só de lembrar. Fiquei triste, porém feliz, por ter achado ela no youtube.
Hoje eu me pergunto qual a tristeza da vida de uma pessoa pra musicar esse poema de Olavo Bilac:
"Lá vem o quê?
Lá vem a história..."
"Negro, com os olhos em brasa,
Bom, fiel e brincalhão,
Era a alegria da casa
o corajoso Plutão.
Fortíssimo, ágil no salto,
Era o terror dos caminhos,
E duas vezes mais alto
Do que o seu dono Carlinhos.
Jamais à casa chegara
Nem a sombra de um ladrão;
Pois fazia medo a cara
Do destemido plutão
Dormia durante o dia,
Mas, quando a noite chegava,
Junto à porta se estendia,
Montando guarda ficava.
Porém Carlinhos, rolando
Com ele às tontas no chão,
Nunca saía chorando,
Mordido pelo plutão...
Plutão velava-lhe o sono,
Seguia-o quando acordado:
O seu pequenino dono
Era todo o seu cuidado.
Um dia caiu doente
Carlinhos.. junto ao colchão
Vivia constantemente
Triste e abatido, o plutão.
Vieram muitos doutores,
Em vão. Toda a casa aflita,
Era uma casa maldita,
Era uma casa de dores.
Morreu Carlinhos... À um canto;
Gania e ladrava o cão;
E tinha os olhos em pranto,
Como um homem, o Plutão.
Depois, seguiu o menino,
Seguiu-o calado e sério;
Quis ter o mesmo destino;
Não saiu do cemitério.
Foram um dia à procura
Dele. E, esticado no chão,
Junto de uma sepultura,
Acharam morto o Plutão."
Dá uma angústia da morte de Plutão e de Carlinhos. Sou triste até hoje por ter conhecido a história de Plutão tão jovem.
Para sofrer junto:
Sintam-se à vontade para continuar esse post.
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Ursula
2 meses sem se ver. Festa de Marcela, apartamento de Laís.
- Oi Ursula!
Abraços, beijinhos, comento do cabelo novo.
- E aí, como tu tais?
- Mulher, tô com hipotireoidismo.
E sai pra pegar mais bebida
domingo, 14 de outubro de 2012
Para cortar os pulsos
Dia desses fui ao teatro, peça paulistana, de apelo jovem e drama
romântico. "Música para cortar os pulsos". Meio desconfiado, meio
ansioso (sendo 1/4 animadíssimo e 3/4 com medo de me debulhar em
lágrimas na minha maré de sensibilidade de lua cheia) me joguei na
possível experiência estética que poderia estabelecer com os monólogos
sentimentais, encenados por 3 atores interpretando um personagem cada.
Sou jovem, to aqui pra isso. Em dez cenas curtas, as conversas
solitárias sobre relacionamentos se cruzavam, puxando, graças aos
deuses, para o alívio cômico. Eram trechos de Chico Buarque, Roberto
Carlos, Gershwin, Debussy, tudo jogado e misturado num liquidificador de
emoções contidas e ao mesmo tempo, ou em outros tempos, tanto fazia,
explosivas, como quem fala sério, mas fala tímido, mas descontrola e
desaba e se recompõe entre uma música e outra. Nem chorei. Sou forte. Só
sei que tinha verdade em cena. Podia ser cafona, podia ser brega, podia
ser too cool for school, mas era honesto. De cortar os pulsos. Cliché
então era o que não faltava. Mas como diria uma das personagens: "Só os
clichés são verdade". Passei uns dias pensando na peça. Pode ser do
momento, mas fiquei com uma coisa na cabeça: que aqueles pensamentos
solitários, compartilhados entre si e com o mundo e comigo e com a
menina que chorava na fileira da frente, eram tudo que às vezes a gente
quer gritar e não consegue porque essas coisas não se gritam. A não ser
que seja pra dentro. Ou no teatro (mas só se for encenando). É aquele
beliscão que fica no canto de cérebro, dominando a mente inteira, e que
se você repetir muito todo mundo se enche e você vira o doido obssessivo
que ou as pessoas olham impacientes ou com condescência. Vale mais a
pena sofrer bregamente no teatro mesmo, a catarse aristotélica foi
verdadeira. Segue o vídeo de divulgação da peça, com cafonice, amor,
verdade e, para mim, muita pessoalidade dessas bem pessoais. O segundo
vídeo tá indo junto só porque eu amo a música, a coreografia, o
bailarino e o tudo. E ah, é de cortar os pulsos, não pelo gesto, pelo
significado.
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
ai como eu queria
que tu corresse um pouquinho atrás de mim e chegasse de surpresa na minha casa na minha cidade na minha vida e a gente pudesse sair pra ir ver o mar depois de namorar e pedir desculpas por todas as brigas que ainda não aconteceram. gosto de livros e filmes e de sair na rua sozinha mas prefiro amor.
que tu corresse um pouquinho atrás de mim e chegasse de surpresa na minha casa na minha cidade na minha vida e a gente pudesse sair pra ir ver o mar depois de namorar e pedir desculpas por todas as brigas que ainda não aconteceram. gosto de livros e filmes e de sair na rua sozinha mas prefiro amor.
terça-feira, 25 de setembro de 2012
divido com vocês um amor que já senti
18 de outubro de 2011
23:50
Só pra eu lembrar, depois, desses segundos que agora me fazem tão feliz.
Eu sempre fico olhando você do olho mágico – e é sempre lindo esperar esses segundos, eu sorrindo, você sorrindo esse sorriso escondido atrás da porta, feito de pequenas coisas, sorriso feito da possibilidade do daqui a pouco. Não sei se é ansiedade, felicidade, ou certeza. Certeza do beijo, daqueles sem antes dizer nada. Certeza da discussão (que vai vir, uma hora ou outra: seja sobre as mais bobas das inseguranças minhas e suas, sobre os limites da liberdade pessoal, institucional, política, sobre os grunhidos na hora errada, sobre qualquer coisa). Certeza do sofá, do fogão, da TV. Eu gosto desse sorriso. Eu queria fotografar esse sorriso um pouquinho, mas não dá pra reproduzir o que eu vejo, do ângulo que eu vejo, não dá pra reproduzir o sorriso que forma no meu rosto também, porque ele quase-involuntário, quase automático, ele me ignora, e sorri sozinho, só pra combinar com o que eu vejo meio distorcido nesse olho mágico. Olho mágico quase espelho, olho mágico intermediário da campainha e da minha boca.
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
a primeira pessoa (era plural e virou singular)
Todos os dias que ela acordava, ele era a primeira pessoa que ela pensava.
Fazia três dias que ele não era a primeira pessoa em quem ela pensava
apesar de pensar nele logo em seguida
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